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 FILOSOFIA DO YOGA

A seguir você encontra uma série de textos sobre Yoga, incluindo os temas clássicos dos Yoga Sutras de Patanjali - a primeira referência literária exclusivamente escrita sobre o Yoga - e que dita o tipo mais tradicional dessa prática.  Todos os textos tratam de conceitos que podem ser aplicados no nosso dia a dia nos ajudando a cultivar uma vida mais harmoniosa e inspirada em todos os sentidos. 

YOGA? MAS O QUE É ISSO QUE ESTAMOS PRATICANDO? - Por Cecile Comino

A palavra yoga tem diversos significados na língua sânscrita, sendo um deles o nome dado a essa valiosa e milenar filosofia de vida que nos orienta a  como viver melhor.

 

O  Yoga Sutra de Patañjali (escrito provavelmente entre 300 a.C e 300 d.C) é a mais antiga referência literária dedicada somente ao Yoga. Patañjali, um antigo mestre de Yoga, é considerado seu autor. De acordo com os sutras*, a prática de Yoga é composta por oito partes (ashta – oito e anga – parte - o que explica a expressão “Ashtanga Yoga”) e todos os passos dessa prática mais tradicional de Yoga são planejados de forma sistemática para que nós possamos alcançar um objetivo definito.

AHIMSA - PAZ INTERIOR É PODER - Por Cecile Comino

Diante de tantos avanços tecnológicos que supostamente melhorariam nossa qualidade de vida, nos vemos cada vez mais ocupados e levados pelo ritmo frenético da produtividade e do consumo.

É praticamente insignificante o espaço que é priorizado hoje em dia para o próprio ser humano como parte da natureza e dentro de um contexto orgânico. O homem se esqueceude que é digno de um ritmo saudável em sincronia com o ambiente original de sua espécie.

 

SATYA é o nome de um dos passos da prática de Yoga e significa veracidade. Considerado como uma “observância” que fazemos sobre nós mesmos, esse exercício desenvolve o autoconhecimento e aprofunda o processo de purificação de nosso comportamento. Essa purificação é parte da transformação que o Yoga propõe para que nos tornemos, nesse caso, indivíduos mais livres, autênticos e felizes.

Asteya  é a terceira dentre as 10 observâncias comportamentais (yamas) do Yoga. Nesse ponto da prática estamos lidando com uma das maiores causas de desconforto do ser humano, a insatisfação consigo mesmo. Asteya, traduzido como “não roubar” é uma observância que nos ajuda a perceber quando entramos no estado de "cobiça", ou seja, quando nos perdemos da satisfação do que já somos e do que já temos no momento presente.

Na tradução do Sânscrito Brahmacharya significa “aquele que segue o caminho de Brahma ou do Senhor”. Brahma na cultura indiana é considerado o criador mitológico do Universo e essa observância procura restaurar em nós a consciência de que somos criadores de nossa própria realidade.​

O universo é como um grande organismo em contínuo movimento, e nossas vidas nele inseridas também seguem o mesmo padrão, sendo a mudança, finalmente, sua única constante. No entanto, nós, seres humanos tendemos a nos acomodar em algumas referências com as quais nos identificamos e nas quais nos reconhecemos... e assim construímos a ideia de quem somos....só que,  ao  basearmos nossa identidade em fatores predominantemente externos, estamos totalmente sujeitos aos altos e baixos da vida.

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YOGA?MAS O QUE É ISSO QUE ESTAMOS PRATICANDO?

YOGA? MAS O QUE É ISSO QUE ESTAMOS PRATICANDO?

Por Cecile Comino

A palavra yoga tem diversos significados na língua sânscrita, sendo um deles o nome dado a essa valiosa e milenar filosofia de vida que nos orienta a  como viver melhor. O Yoga nos ensina a olhar para dentro de nós mesmos, a observar nossos pensamentos, a estudar nossas emoções e  a desenvolvermos nosso auto-conhecimento ao ponto de transformar nossa perspectiva em relação a nós mesmos, à vida e ao mundo. Tal transformação acontece porque começamos a perceber que se modificarmos nossa perspectiva em relação às coisas nós estaremos modificando tudo a nossa volta também.


A base do Yoga é predominantemente mental embora sua prática hoje em dia seja mais reconhecida pelo seu aspecto físico. Na verdade, o propósito do Hatha Yoga (um dos ramos do Yoga) é usar o corpo como uma ferramenta de acesso a uma consciência expandida, ou seja, uma percepção que vai além da nossa operação mental ordinária. Segundo o Yoga Sutra de Patañjali (a primeira referência literária totalmente dedicada ao Yoga) o Yoga é assim definido:

 

                             "Yoga é o acalmar das oscilações da mente"

Isso significa que se você puder controlar as ondulações da mente, você estará vivenciando o Yoga.

De acordo com esse conceito, o mundo externo é uma projeção de nossos valores internos e dependendo de nossas crenças, pensamentos e atitudes o mundo assim se revela aos nossos olhos... 

 

“O homem é aquilo que pensa; servidão ou libertação estão em sua mente” (1)

 

Assim, todos os acontecimentos são neutros e só ganham uma conotação positiva ou negativa dependendo de nossa atitude diante deles.

Estar praticando Yoga é estar em eterna vigilância compreendendo que nada nesse mundo pode nos perturbar se soubermos manter contato com a nossa verdadeira natureza que é livre. É como testemunhar desapegadamente a nós mesmos atuando no mundo. A ideia é controlarmos nosso envolvimento com as circunstâncias a fim de mantermos o discernimento e a objetividade -  já que as emoções podem facilmente alterar nossa percepção dos fatos. Isso não quer dizer que nós vamos nos tornar pessoas apáticas ou frias, mas que nós não somos mais controlados pelas situações, pois nós simplesmente tomamos posse de nosso próprio poder sabendo que o teor do mundo só depende do nosso estado interno e de como nós vemos as coisas e os acontecimentos.

 

Como a raiz dos distúrbios da mente são os pensamentos, o Yoga propõe que uma prática austera de controle do conteúdo mental aconteça, uma vigilância ininterrupta durante a qual apenas ideias positivas, construtivas e úteis sejam alimentadas. Essa reeducação mental só depende da força de vontade do praticante, um trabalho interno que vai pouco a pouco forjando uma determinação e otimismo transformadores – aspectos esses que devem ser estendidos ao âmbito de nossas palavras e atitudes também.Todo esse processo chamado Yoga conta com inúmeras técnicas e caminhos de estudo que serão aqui neste site apresentados, começando com o texto a seguir - AS OITO ETAPAS DA PRÁTICA DE YOGA: O ASHTANGA YOGA DE PATANJALI 

 

 Hari Om

 

(1)Os Sutras do Yoga de Patañjali – Sri Swami Satyananda

Copyright © Todos os direitos reservados.

ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.

 

AS OITO ETAPAS DA PRÁTICA DE YOGA: O ASHTANGA YOGA DE PATAÑJALI

Por Cecile Comino

AS OITO ETAPAS DA PRÁTICA DE YOGA: O ASHTANGA YOGA DE PATAÑJALI

O Yoga Sutra de Patañjali (escrito provavelmente entre 300 a.C e 300 d.C) é a mais antiga referência literária dedicada somente ao Yoga. Patañjali, um antigo mestre de Yoga, é considerado seu autor. De acordo com os sutras*, a prática de Yoga é composta por oito partes (ashta – oito e anga – parte – o que explica a expressão “ Ashtanga” Yoga) e todos os passos dessa prática mais tradicional de Yoga são planejados de forma sistemática para que nós possamos alcançar um objetivo definido.

 

Como definição  “ Yoga é o recolhimento das oscilações da mente”. Isso significa que o seu propósito é estabilizar nossa mente nos levando a um novo nível de percepção e consciência. Para além disso a intenção máxima do Yoga é nos conduzir a moksha ou libertação, o que significa que nos sentiríamos desapegados de todo sofrimento, incluindo todas as circunstâncias ou condições que normalmente nos trariam dor. Através de moksha então nós  irímaos aprender a  sempre estarmos em estado de contentamento, em contato com nossa Verdadeira Essência que é feliz , perfeita e livre por natureza.

Portanto, o caminho de oito passos do Yoga de Patañjali deve nos conduzir através de um processo de transformação que é baseado na estabilidade mental. E naturalmente, assim como uma fruta madura, chegará o momento em que estaremos prontos para começarmos a nos desapegar de toda ignorância – ignorância sobre quem realmente somos, sobre o porquê de estarmos aqui e sobre como podemos verdadeiramente viver em felicidade. Muito sofrimento ainda existe enquanto ignoramos essas questões, e somente uma mudança em nossa percepção da vida pode nos libertar da dor. A fundação do conhecimento e da prática do Yoga está organizada em oito partes, ou angas, que servem de base para nossas classes, conforme segue:

 

Yamas, niyamas, ásana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana, samadhi.

 

Yamas e Niyamas são considerados como parte da prática de Yoga em um nível mais psicológico ou comportamental. Yamas e Niyamas são observâncias que fazemos sobre nosso comportamento e funcionam como ferramentas de auto-conhecimento de onde brota todo o nosso processo de auto-transformação.

 

1.Yama significa observância ou restrição e temos 5 delas:

 

AHIMSA significa não-violência

 

SATYA significa verdade ou não-mentir

 

ASTEYA significa não-roubar

 

BRAHMACHARYA significa aquele que segue o caminho de Brahma

 

APARIGRAHA significa desapego

 

 

2.Niyama significa intensa observância ou e temos 5 delas:

 

SAUCHA significa pureza

 

SANTOSHA significa contentamento

 

TAPAS significa calor ardente

 

 SWADHYAYA significa auto-estudo

 

ISHVARA PRANIDHANA significa entrega ao Senhor

 

3. ASANA em sua tradução literal significa “assento”, mas o conceito completo é o de” uma postura firme e confortável”. Não importa em qual asana nós estejamos o que importa é a conexão com o noso estado interno e como nós lidamos com o desafio da postura. Enquanto estivermos no ásana devemos ajustar o corpo juntamente com  a respiração a fim de encontrar o conforto da presença e da estabilidade mental.

 

4. PRANAYAMA significa manipulação do prana (energia vital) e é a técnica que através de exercícios respiratórios leva o praticante a um estado mental mais introspectivo e presente. Inúmeros benefícios físicos também  resultam da prática de pranayama pois o mesmo interfere enormemente no funcionamento do metabolismo e pode alterar não somente o estado nervoso do praticante como também sua percepção dos fatos – isto porque nosso estado emocional estaria mais neutro agora favorecendo um melhor discernimento das situações.

 

5. PRATYAHARA significa recolhimento dos sentidos. Quando praticamos yoga nidra por exemplo estamos nos desligando dos estímulos externos para mergulharmos num estado de introspecção profunda. Toda a nossa atenção se volta para o universo interior onde alimentamos nosso poder criativo e nossa intuição de forma a “perceber” todas as respostas que procuramos, sem esforço.

 

6.DHARANA significa concentração. É a primeiro das três etapas do processo meditativo e se inicia com o exercício de focar a atenção em alguma referência para que esta se torne o início da meditação em si. Nesse estágio a mente tende a insistentemente escapar da técnica se distraindo repetidamente.

 

7.DHYANA significa um estado prolongado de concentração. Em continuidade a dharana, dhyana é um passo além em direção ao estado meditativo e se caracteriza por menos interrupções durante o processo de concentração.

 

8.SAMADHI significa estado alterado de consciência. É quando nós entramos em estado meditativo, um estado em que uma consciência superior opera além da dualidade mundana e limitada expandindo nossa percepção a um estado sutil através do qual experimentamos a noção de totalidade ou plenitude.

 

Se considerarmos a ordem dessa sequência de 8 passos percebemos que ela vai levando o praticante de um estado mais denso e material da mente para um nível mais sutil, um estado mais perceptivo e intuitivo da realidade. Todos eses estágios mencionados acima são muito importantes e pode acontencer de serem praticados ao mesmo tempo em diferentes combinações.

Cada um desses 8 itens será explicado com mais detalhes em textos individuais  na sequencia dessa página.

 

Hari Om

 

*sutras são considerados como aforismo, um tipo de princípio expresso de forma suscinta. Em sanscrito “sutra” significa “fio” e representa o senso unficador que permeia todos os comentários expostos.

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ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.

 

 

AHIMSA -  PAZ INTERIOR É PODER

Por Cecile Comino

AHIMSA - PAZ INTERIOR É PODER

Diante de tantos avanços tecnológicos que supostamente melhorariam nossa qualidade de vida, nos vemos cada vez mais ocupados e levados pelo ritmo frenético da produtividade e do consumo. É praticamente insignificante o espaço que é priorizado hoje em dia para o próprio ser humano como parte da natureza e dentro de um contexto orgânico. O homem se esqueceu de que é digno de um ritmo saudável em sincronia com o ambiente original de sua espécie. Nosso modo de vida atual é quase todo baseado em referências artificiais (alimentação, medicina, meio ambiente, entretenimento, etc) em uma combinação que nos trouxe a esse estado generalizado de autodestruição. Seres humanos hoje estão desconectados de sua inteligência autêntica como um ser da natureza e assim muito distantes da sabedoria e dos valores que nos proporcionam sustentabilidade como seres saudáveis.

Paz interior, por exemplo, é uma das nossas enfraquecidas qualidades de alma. Como reflexo de nosso estado interior, o mundo considera hoje a paz como um mito. Na mídia a paz é discutida no sentido mais utópico possível; o consenso entre os homens a nível mundial como algo que parece ser inalcançável. Crescentes distanciamentos. No entanto, não escutamos falar sobre a causa dessa descompensação que começa certamente a nível micro, no indivíduo.

Para se perceber a paz, para conhecê-la e experimentá-la primeiro devemos alimentá-la dentro de nós. Sim, como algo já nosso, natural, mesmo que a princípio pareça algo distante de resolver os problemas do mundo, mesmo assim, devemos começar com nós mesmos e então com nossa família, amigos e até com pessoas que não conhecemos e que irão se beneficiar disso. A idéia é criar uma corrente de comportamento e vibração pacíficas que irão afetar a todos, quase que invisivelmente.

AHIMSA é um conceito do Yoga que significa não-violência, e na prática é uma reeducação comportamental para que eliminemos qualquer agressividade ou energia negativa da nossa existência. Trata-se de uma vigilância constante sobre nossos pensamentos, palavras e atitudes para que não nos identifiquemos com nenhum tipo de frustração, raiva, vingança, desprezo ou preconceito. AHIMSA é o primeiro passo na prática de Yoga, é quando começamos a nos purificar a fim de encontrar nosso estado essencial e original que é pacífico.

Como a origem de tudo está em nossos pensamentos, um bom começo seria passar a observar que tipos de idéias alimentamos em nossa mente mais constantemente. Qual é a qualidade desses pensamentos nesse exato momento? Positiva ou negativa? Será que essas idéias fazem você se sentir bem consigo mesmo e relaxado? AHIMSA (a não–violência), deve começar no nosso relacionamento com nós mesmos. Devemos ser os primeiros a nos ver com bons olhos, e anos tratar bem e amorosamente em nossos pensamentos. Consequentemente nossos relacionamentos com os outros também serão beneficiados por essa nova atitude mais pacífica e tolerante, sem resistência.

Ao expressarmos nossos pensamentos será que usamos palavras agradáveis, positivas e doces? Outro ponto crucial na prática de AHIMSA é esse, que nossas palavras sejam além de úteis, pacíficas.

Num terceiro estágio nossas atitudes também devem ser cuidadosamente observadas, nossos gestos, nosso olhar... carregam eles algum tipo de agressividade, resistência, preconceito, crítica ou arrogância? Observe.

Quando estudamos o Yoga começamos a perceber que o mundo nada mais é do que a projeção de nosso estado interior. Comumente, numa situação "favorável" tudo parece positivo enquanto que numa circunstância de desamparo ou pressão tudo parece estar contra nós - uma montanha russa de emoções que pode mudar diversas vezes ao dia. Infelizmente é através desse estreito olhar que habitualmente enxergamos as coisas e o mundo. A filosofia do Yoga tem a capacidade de ampliar esses horizontes dando ao praticante a oportunidade de ver o mundo sob um novo e mais amplo prisma.

Nossa tendência ao julgamento está tão profundamente enraizada em nosso comportamento que nós nem suspeitamos que estamos sendo tão duros com nós mesmos e com os outros, uma típica conduta que aprendemos e absorvemos de nossos familiares, amigos, sistema social, etc.  O julgamento é um tipo de condicionamento cegamente aceito e que tem sido perpetuado, aparentemente sem questionamento de geração em geração…O problema de tanta intolerância é que isso torna nossa mente extremamente instável - o oposto do objetivo do Yoga.

Observe que tudo começa nos pensamentos, inclusive a violência. Afinal, ninguém pode ser agressivo ou violento com uma mente pacífica. E quem faz ela ser pacífica somos nós mesmos, de dentro para fora. O Yoga nos mostra como, passo a passo em um processo de autoconhecimento e auto realização que se fortalece a cada novo conceito que exercitamos individualmente. A prática de Yoga é como um laboratório onde experimentamos novas teorias e fazemos incríveis descobertas, nesse caso sobre nós mesmos... Portanto experimente, ative AHIMSA ao se propor a observar seus pensamentos, palavras e ações por um certo período (você até pode fazer anotações a respeito). Identifique pontos fortes e fracos e exercite-se, explore os resultados como se fosse um cientista apaixonado por seus estudos.

Lembre-se que a paz é uma forma de poder, pois ela estabiliza nosso estado interior nos capacitando a encarar nossos maiores desafios com maior facilidade e leveza ao usarmos nossa inteligência intuitiva, aquela que nos dá as respostas espontaneamente, sem esforço.

 

Permaneça no poder da paz.

E boa prática!

 

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Satya

SATYA - AUTO CONHECIMENTO ATRAVÉS DA PRÁTICA DA VERDADE

Por Cecile Comino

La Verite (A Verdade) - Jules Lefebvre 1870

SATYA é o nome de um dos passos da prática de Yoga e significa veracidade. Considerado como uma “observância” que fazemos sobre nós mesmos, esse exercício desenvolve o autoconhecimento e aprofunda o processo de purificação de nosso comportamento. Essa purificação é parte da transformação que o Yoga propõe para que nos tornemos, nesse caso, indivíduos mais livres, autênticos e felizes.

Em um primeiro passo, essa técnica nos convida a observar nosso relacionamento com a verdade, ou seja, olhar com atenção para os momentos em que mentimos. Qual é a raiz dessa mentira? Seria para esconder algo? Seria por medo? Vergonha? Ou seria por educação? Talvez para tirar vantagem de algo?... Muitas podem ser as razões, mas nossa missão nesse caso é encontrar uma nova forma de lidar com essas circunstancias sem ter que mentir... Sim, esse é um exercício que requer atenção, mas que é extremamente fortalecedor para nossa mente.

De acordo com o Yoga mentir enfraquece nosso poder mental; isso porque contar uma mentira pode parecer um caminho mais fácil, mas é uma escolha que não demonstra honestidade ou firmeza interior. Além disso, toda vez que mentimos criamos um conflito interno e consequentemente tensão física e mental por termos que proteger a falsa situação que nós mesmos criamos...uma situação de medo, já que ninguém gosta de ser desmascarado.

 

A intenção do Yoga em seu processo purificador é que nos tornemos mais verdadeiros e relaxados sem precisar fingir, pois esse caminho dissimulado drena nossas energias e desperdiça nosso potencial criativo. Além disso, a própria definição de Yoga (“Yoga é o acalmar das oscilações da mente.”) pressupõe uma clareza mental que não pode ocorrer se não estamos sendo sinceros.

Numa segunda fase da prática de SATYA, o exercício passa a ser o do alinhamento entre nossos pensamentos, palavras e atitudes (assim como no exercer do primeiro yama (observância) AHIMSA, onde nos vigiamos nessas mesmas três instâncias, para nos purificarmos de toda agressividade). Nesse nível, vamos observar que nem sempre falamos o que pensamos, nem sempre fazemos o que dizemos, ou nem sempre agimos como pensamos...E é nesse desencontrar que passamos a nos conhecer melhor, através de nossas próprias contradições. Esse tipo de comportamento enquanto não reconhecido atrapalha nossa desenvoltura pela vida desperdiçando tempo e energia e confundindo nosso caminho de vida.

Cabe, portanto a nós mesmos a responsabilidade de nos realinharmos com a verdade se quisermos uma vida mais leve e focada. Uma vida que começa a ganhar mais propósito através de nossa própria autenticidade*.  

 

*(assunto a ser desenvolvido em continuação e aprofundamento desse tema num próximo texto).

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ASTEYA

ASTEYA - DE ONDE VEM A NOSSA CRÔNICA INSATISFAÇÃO

Por Cecile Comino

ASTEYA  é a terceira dentre as 10 auto observâncias comportamentais (yamas) do Yoga. Nesse ponto da prática estamos lidando com uma das maiores causas de desconforto do ser humano, a insatisfação consigo mesmo. ASTEYA, traduzido como “não roubar” é uma observância que nos ajuda a perceber quando entramos no estado de "cobiça", ou seja, quando nos perdemos da satisfação do que já somos e do que já temos no momento presente.

 

O roubar pressupõe que tomemos (ou tão prejudicial quanto, “queiramos tomar”) algo que não nos pertence. Ao nos reconhecermos nessa condição, é fácil notar que o incômodo da inveja já está ativo dentro de nós que não nos sentimos satisfeitos em nossa própria natureza precisando buscar fora de nós algo que preencha nossa indecifrável carência. Ter metas e objetivos de crescimento e evolução podem ser perfeitamente saudáveis, mas só quando sabemos nos aceitar e nos contentar com o que somos  e com o que temos enquanto caminhamos rumo a essas conquistas. ..

 

ASTEYA pode se referir tanto ao nível material como também ficar no mundo das idéias ou do comportamento. O "status" social ou qualquer outra discriminação que diferencie os seres nesse nível ilusório é também fonte de perturbação despertando a sensação de “competitividade” dentro de nós.  Na medida em que nos situamos inferior ou superiormente aos outros (incluindo aqui nosso ambiente e tudo que o compõe) nosso ego predomina levando à distorção de nossos valores essenciais (à insatisfação).

 

E a partir do momento que nos perdemos de nossa verdadeira referência interior é como se nos sentíssemos “roubados” finalmente...como se precisássemos compensar esse vazio através do acúmulo de bens, sensação de posse sobre as pessoas,  controle sobre os acontecimentos tentando criar assim uma falsa noção de segurança que nos conforte.

 

Para definir melhor esse tema, tem uma ótima citação que diz:

 

“Há duas maneiras de ser rico: possuir muito ou  contentar-se com o que se tem”

 

 

Este é o espírito de ASTEYA, fazer bom uso do que se tem hoje, no momento presente, sem se ressentir do que já tivemos um dia e perdemos, ou talvez de algo que sempre quisemos sem nunca ter tido...o mesmo vale para as projeções que  colocam nossa felicidade na condição de um acontecimento ou estado ideal futuramente...em ambos os tempos não estamos exercitando nosso direito à presença, fonte de percepção apurada e expandida, de satisfação.

 

Isso também vale para a o momento da prática “física” do Yoga, durante os ásanas. É justamente nesse momento que aprendemos através do corpo a nos aceitar entre nossas potencialidades e fronteiras. O momento da prática sobre o tapete de yoga nos ensina a buscar o conforto e a estabilidade em cada circunstância sem competitividade. Sem querer ser o que não somos, apenas desfrutando do que aquele momento proporciona e nele encontrando o real contentamento.

 

Portanto use não só o momento da sua aula mas também todos os outros momentos da sua vida como uma oportunidade de agradecimento pelo seu presente, procure ver o lado positivo e privilegiado de cada situação do seu cotidiano e dentro de você faça os ajustes que  mantenham você numa vibração elevada de contentamento, em um estado de harmonia; em um estado de Yoga.

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Brahmacharya

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BRAHMACHARYA DIRECIONANDO NOSSAS FORÇAS COM SABEDORIA

Por Cecile Comino

Na tradução do Sânscrito Brahmacharya significa “aquele que segue o caminho de Brahma ou do Senhor”. Brahma na cultura indiana é considerado o criador mitológico do Universo e essa observância procura restaurar em nós a consciência de que somos criadores de nossa própria realidade.

Todos nós nascemos com um potencial criativo, viemos ao mundo expressar nosso talento e nos realizarmos como criadores, no entanto, acabamos desperdiçando nosso tempo e energia ao nos deixarmos levar pelos estímulos externos. Nossa realidade tecnológica nos traz muitos benefícios mas também tem sobrecarregado nossos sentidos com infinitas formas de nos distrair de nós mesmos.

Nessa nossa vida moderna o Yoga também é uma tecnologia, mas nesse caso, é uma ferramenta que nos proporciona o equilíbrio em meio a esse mundo caótico em que estamos vivendo. Brahmacharya é uma das lições do Yoga e pretende nos trazer para um estado mais consciente sobre nós mesmos.

Através da auto-observação seu exercício consiste em moderação, uma moderação aplicada aos desejos dos nossos sentidos, ou seja, perceber nossos vícios e desejos repetitivos. Muitos de nós vivemos sem perceber que somos escravos de nossos impulsos e preferências e que permanentemente estamos buscando prazeres. No entanto não paramos para pensar que todos os prazeres são temporários, o que acaba por provocar em nós o desejo de repetição...e esse pode ser um problema se nós não sabemos como balancear essas vontades.

Em um dos extremos do desejo temos a auto-indulgência e no outro lado a repressão, mas, nenhum dos dois nos trará a equanimidade que o Yoga propõe, ao contrário, ao nos reprimirmos ou ao nos permitirmos o excesso estaremos confundindo a nossa mente e prejudicando nossa paz mental.

Mas como lidar com os constantes desejos que a vida moderna nos proporciona com tantas opções e um sem número de exageros? Simplesmente pelo caminho do meio, o caminho da moderação, uma disciplina que podemos desenvolver aos poucos se começarmos a nos perceber melhor em nosso constante “querer”. Observar como nos sentimos quando sucumbimos a um excesso ou como nos sentimos quando queremos ignorar a vontade...

Quando decidimos tomar uma atitude testemunha sobre nós mesmos temos mais chance de sucesso no controle desse processo pois nossos pensamentos, palavras e atitudes se tornam mais conscientes ao mesmo tempo em que nosso plano de moderação se inicia ao nos prepararmos para colocar limites em nosso comportamento.

Outra parte essencial da prática de Brahmacharya é desligarmos nossos sentidos do mundo externo de tempos em tempos, ou seja, nos purificarmos de todos os estímulos e distrações e voltarmos nossa atenção para dentro de nós mesmos cultivando o silencio e o descanso mental. A prática de Yoga incluindo a meditação é finalmente ideal se quisermos ser capazes de controlar nossos impulsos e fazer melhor uso de nosso potencial criativo individual.

 

BRAHMACHARYA II

 

Antigamente, num cenário monástico Brahmacharya siginifica o celibato como meio de iluminação, direcionar a energia sexual e criativa para os centros energéticos superiores alimentando assim uma nova percepção de vida. No entanto, numa realidade moderna ou atual do homem comum, Brahmacharya vem reivindicar o reconhecimento e resguardo dessa mesma energia que tem sido desperdiçada num cenário cotidiano de consumismo, desperdício e degradação. No nível ecológico nosso planeta tem sido explorado sem limites quase não restando mais vida selvagem, e sem a preservação do espaço natural não há sobrevivência... A nível de trabalho, não se questiona mais a ética produtiva/consumo e suas consequências, ou seja, só se consideram os lucros, a competitividade egoísta, a sobrevivência e o acumular... sem nenhuma dedicação ao bem comum ou ao coletivo....E finalmente em termos de relacionamentos, é muito comum que atualmente estes não ultrapassem as aparências e superficialidades...

 

Todos nós somos individualmente responsáveis pela realidade atual e ao transformarmos a nós mesmos estamos colaborando para a renovação da energia ao nosso redor. Ao nos sintonizarmos com a equanimidade dos nossos sentidos (desejos) vamos também renovando nossas prioridades, hábitos e até companhias.

Quando não temos a consciência ou o controle sobre nossas vontades estamos vulneráveis `a recorrente insatisfação e até angústia... um recorrente sentimento de vazio interior e falta de propósito. É como se todos os nossos esforços estivessem chegando a lugar nenhum...

Para encontrarmos o equilíbrio entre nossas forças e nossas realizações, uma primeira conscientização sobre a nossa própria energia se faz necessária. A percepção que temos das nossas forças normalmente se limita aos momentos de fadiga ou doença, momentos em que estas nos faltam, mas a ideia é que passemos a ter mais consciência dos momentos em que temos uma disposição abundante e para onde a direcionamos.

Ao entendermos melhor o que significa a prática de Yoga todas essas ideias que a princípio parecem estranhas e distantes vão se tornando mais concretas e úteis em nosso dia a dia. Por exemplo, a diferença entre uma ginástica convencional e o Yoga é que durante a prática do Yoga a presença e a introspecção do praticante são essenciais. A nossa atenção voltada para o corpo de forma intensa direciona o fluxo do prana  (energia vital) por dentro dele. Conforme a direção e a intenção transformações profundas acontecem... de acordo com o Yoga – “onde está a sua atenção, ali estarão suas forças”.

 

Os ásanas (posturas psicofísicas do Yoga) atuam no âmbito micro do indivíduo acessando sua memória celular e desbloqueando o fluxo prânico por todo organismo. A partir desse trabalho focado no nosso interior passamos a ter maior consciência e controle sobre nossa energia, nos sentimos melhor, o que  nos inspira a melhor utilizar nossa capacidade de criação.

 

No entanto para que isso ocorra, é preciso haver uma canalização dos esforços e discernimento nas metas.

Muito além da prática somente de ásanas (e a maioria das pessoas identifica o Yoga somente com a parte física...) os yamas e niyamas (código de ética e comportamento do praticante de Yoga e dentre os quais está Brahmacharya) servem de base para esse conhecimento fundamental e nos faz questionar...O que é realmente importante no meu caminho de vida? Quais são minhas prioridades? O que faz eu me sentir melhor e à vontade?

Essas perguntas são apenas o inicio de uma transformadora jornada na qual aprendemos a discernir melhor entre nossas escolhas, aos poucos modificando hábitos, aperfeiçoando nossa rotina e selecionando quais são as melhores companhias, os melhores alimentos, melhores pensamentos, palavras e atitudes para que nos sintamos mais saudáveis e felizes com nós mesmos e com o mundo.

Quando fica mais claro por onde seguir, aí sim ganhamos mais noção da importância da nossa energia, pois é ela que através de nossa vontade abre os caminhos e cria oportunidades para nossa auto-realização, e assim, nos tornamos mais senhores de nosso próprio destino.

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ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.

Aparigraha

APARIGRAHA - Liberte-se da ilusão de si mesmo

Por Cecile Comino

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O universo é como um grande organismo em contínuo movimento, e nossas vidas nele inseridas também seguem o mesmo padrão sendo a mudança, finalmente, sua única constante. No entanto nós, seres humanos tendemos a nos acomodar em algumas referências com as quais nos identificamos e nas quais nos reconhecemos... e assim construímos a ideia de quem somos....só que,  ao  basearmos nossa identidade em fatores predominantemente externos, estamos totalmente sujeitos aos altos e baixos da vida. A proposta do Yoga, através de APARIGRAHA é fortalecer nossa identidade interior ao nos percebermos além das referências tradicionais de identidade que aprendemos desde o nascimento.... uma nova percepção sobre nós mesmos e que nos permite viver com muito mais estabilidade interna, independente das circunstâncias...

 

Desde que nascemos uma série de informações nos cerca; a família, a casa onde moramos, os amigos, os comportamentos, o trabalho, as perspectivas, as posses, nossos dons e preferências, o corpo e a aparência. Sem percebermos nos apegamos a esses fatores como se eles estivessem sob o nosso controle como parte de quem somos: “meu nome é...”, “trabalho como...”’, “gosto disso...”,”não aceito aquilo...”,”tenho tantos anos...” e tal aparência...”,”minha família é assim...” e etc. Mas tudo isso faz parte de um cenário que está sujeito a mudanças imprevistas que acontecem inevitavelmente, desestabilizando essa “estrutura”, e quase sempre, nos abalando emocionalmente e profundamente.

 

Vivemos acreditando que somos totalmente definidos por esses fatores, apostando nossa identidade, segurança, conforto e felicidade nesse conceito de existência. Só que relacionamentos se desmancham, posses se perdem, o corpo envelhece, o trabalho muda, dentre muitos outros exemplos. E em meio a tanta instabilidade, quem sou eu?

 

A princípio, tudo que está sujeito `a mudança não é você...

 

Pelos conceitos do Yoga somos seres perfeitos, imutáveis e infinitos, uma consciência superior que habita um corpo, mas que pela falta desse tipo de consciência sobre nós mesmos nos confundimos e nos projetamos em tudo que está fora de nós. Enquanto desconhecemos nosso centro fundamental de consciência interior, acabamos nos “apegando” ao que constatamos como “nosso” mas, que podemos perder a qualquer momento, vivendo assim de forma angustiante.

 

Aparigraha ou o desapego, representa um dos diversos caminhos para essa auto descoberta, uma jornada para dentro de si mesmo para desenvolver e fortalecer nosso Verdadeiro Eu ao passo que vamos reconhecendo e abandonando hábitos e crenças com as quais nos identificávamos e pelos quais nos definíamos.

 

Essa auto-investigação se inicia com o processo de observar os próprios pensamentos, palavras e atitudes – a chamada atitude testemunha do Yoga, e a pergunta é:

 

 “Como reagimos `as circunstâncias da nossa vida?”

 

Essa é uma observação que vale a cada instante e que começa a revelar nosso padrão comportamental. Sem olhar pare ele não há condições de mudança pois não existem referências para mudar.

 

Todos nós tendemos a buscar o confortável e o agradável  ao mesmo tempo que fugimos ou resistimos ao doloroso. Essa é uma típica atitude do nosso ego (a máscara que usamos no mundo) que resume nossa vida a esse cenário dividido entre prazer e dor. E se vivemos somente através desse ponto de vista é como se estivéssemos permanentemente escravizados pelos nossos desejos... sempre querendo controlar a tudo e a todos...

 

De acordo com o Yoga esse é um quadro de sofrimento, uma armadilha, já que as situações prazerosas que buscamos geram um sofrimento antecipado pelo seu término e  a subsequente ansiedade pela sua repetição; enquanto que as circunstâncias de dor que queremos evitar geram medo, retração e desgaste ao “resistirmos” aos acontecimentos... Em nenhum dos dois casos estamos `a vontade, somos escravos dos sentidos, submetidos diariamente aos intermináveis desejos dessa manifestação que é o nosso ego.

 

Vale notar que o ego é parte necessária de nossa personalidade para atuar no mundo, mas pelo Yoga podemos aprender a fazer uso dessa parte de nossa persona como ferramenta de aprendizado sobre nosso Verdadeiro Eu sem ser vítima de seus insaciáveis comandos.

 

“Liberdade significa a capacidade de agir guiado pela alma, e não compelido por desejos e hábitos. Obedecer ao ego leva à escravidão, obedecer à alma traz libertação”

Paramahansa Yogananda

 

Enquanto ignorarmos nossa verdadeira natureza estaremos atuando sob o domínio tirano do ego e sempre haverá dentro de nós a desgastante necessidade de controle. Como se quiséssemos escolher tudo que nos acontece, definir como o outro deve ser, agir e sentir...por exemplo. No entanto, toda essa nossa ânsia de manipulação é ilusória. O que podemos conduzir, no máximo, são as nossas intenções!

Ao começarmos a compreender essa nova dimensão da nossa existência nos tornamos mais flexíveis e leves ao passo que também aprendemos a discernir melhor o que está sob nosso controle e o que não está. Dessa forma não perdemos mais tempo resistindo ou brigando com a vida.

 

“Existe muito mais poder em deixar algo ir do que se agarrar a algo...”

Eckhart Tolle

 

Existe uma consciência superior ao homem, aquela que justamente é capaz de testemunhar nosso comportamento e nosso estado interno enquanto agimos. E essa é chave do Yoga, a da libertação do sofrimento ao percebermos que somos algo além de nossas identificações, ao nos posicionarmos como uma eterna testemunha de nós mesmos (desejos e aversões). O desapego ou Aparigraha é, portanto, um exercício comportamental e psicológico de auto conhecimento e transformação disponível a todos.

Diante da sobrecarga de informação e da dependência tecnológica atual esse trabalho se faz ainda mais urgente pois estamos cada vez mais distraídos de nós mesmos e desconectados um dos outros e da natureza da qual somos parte. Há muita confusão quanto ao que realmente satisfaz hoje em dia pois a tecnologia amplifica a disfunção egóica nos seres humanos, mas ao reservarmos momentos de quietude para nós mesmos, estamos nos proporcionando uma limpeza mental e energética que purifica o acesso a nossa essência, aquilo que independe de tudo e de todos e cuja natureza harmoniosa busca manifestação.

 

A prática de Yoga/ meditação representa, portanto, um primeiro passo para nos soltarmos desses excessos do mundo moderno e podermos finalmente, recuperar nossa autenticidade e genuína satisfação de viver com mais propósito. Basta abrirmos espaço para que essa perfeição que já somos brote e o nosso Verdadeiro Ser, se manifeste, livre e feliz. 

 

 

 

 

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