SVA YOGA

SVA YOGA*
YOGA BLOG
"Yoga é excelência na ação"
Esta é uma frase original do Baghava Gita, uma das principais referências literárias da India, onde o Yoga também é citado. Essa expressão, basicamente, é um lembrete de que o Yoga é uma prática constante, uma vigilância eterna sobre nós mesmos (como pensamos, falamos e agimos) para que desenvolvamos o auto-conhecimento e alcancemos a realização de nossa liberdade e autenticidade.
Essa sessão do site é, portanto, dedicada a idéias que nos inspirem a praticar a excelência na ação, ou a pelo menos nos mantermos mais conscientes de nós mesmos e nos tornarmos mais responsáveis sobre a nossa felicidade individual e coletiva.
Acho interessante usar esse paralelo de rotina para falar sobre o hábito de praticar Yoga ou meditar; ambos estão diretamente ligados 'a nossa saúde física e mental mas não chega a ser uma necessidade fisiológica. Pelo menos não inicialmente...
“Segundo as antigas tradições hindus, o poder dos mantras não está apenas nas palavras mas nos sons das palavras, e nos ritmos nos quais eles são pronunciados. Essas vocalizações, por sua vez, espalham vibrações pelo mundo, vibrações capazes de produzir efeitos tangíveis.” (Hendy , David. NOISE – A Human History of Sound and Listening.)
Resoluções de Ano Novo acontecem quando a maioria das pessoas está num período de pausa ou recesso de trabalho, como num feriado prolongado e a virada do ano certamente induz a virarmos a página de nossa vida. Desejo por mudanças e transformações ganham impulso nem que seja de forma momentânea...

NAMASTE - Por Cecile Comino
A palavra NAMASTE está escrita em Sânscrito (uma língua clássica indiana entre os 22 idiomas oficiais da Índia) e é usada como um cumprimento cotidiano que significa simplesmente “saudação a você”. No entanto, se estamos vivendo através da filosofia do Yoga e aplicando seus ensinamentos no nosso dia a dia, então, essa expressão ganha um significado mais profundo e se torna um lembrete simbólico de nossa prática.
SAÚDE PREVENTIVA: PERCEBENDO E NEUTRALIZANDO A TENSÃO - Por Cecile Comino
A tensão é uma condição de nossa rotina para a qual não damos muita atenção mas que muito afeta nossa qualidade de vida, podendo ser a longo prazo extremamente prejudicial para nossa saúde. Normalmente subestimada por ser em pequenas doses, o constante efeito da tensão se acumula até que começa a criar problemas físicos de saúde além de desequilíbrios nervosos e mentais. Infelizmente nossa medicina moderna não trabalha com prevenção e sim com tratamentos de sintomas após o aparecimento dos mesmos.

A super população do planeta está seguindo por um padrão de desenvolvimento que obviamente não é auto-sustentável. É explícito de ver os recursos naturais sendo esgotados e destruídos numa reação em cadeia que está nos tornando cada vez mais doentes e miseráveis.
A intenção desses textos é trazer luz para essa "cegueira coletiva" a respeito da nossa responsabilidade individual sobre nossa sobrevivência comum.
YOGA COMO CONSCIÊNCIA SOBRE SI MESMO
Por Cecile Comino
Uma das qualidades mais fundamentais do Yoga é promover o bem-estar; um bem-estar que vem de dentro e que não está vulnerável aos acontecimentos externos.
Yoga por definição é o controle das oscilações da mente. A prática de Yoga, portanto, é predominantemente mental mas, quando falamos de Hatha Yoga estamos usando o corpo e a respiração como forma de estabilizar a nossa mente. Além do aspecto físico do Yoga (mais conhecido como a prática de ásanas ou posturas do Yoga) também existe uma rica filosofia de vida baseada no auto-desenvolvimento, (temas a serem apresentados em outros textos aqui no site*) e que também deve ser exercitada como parte essencial da prática.
O objetivo dessa forma mais consciente de viver é modificar nossa perspectiva das coisas a fim de manter nosso estado interno estável e equilibrado em todos os momentos, ou seja, mesmo que não tenhamos o controle sobre circunstâncias externas, estaremos no controle de nossos pensamentos e emoções a respeito dessas situações.
Num estado ideal, não temos mais reações automáticas, impulsivas ou emocionais quando somos desafiados pela vida, mas agora, com as ferramentas do Yoga, temos a oportunidade de escolher as melhores atitudes pois sabemos nos colocar numa perspectiva mais neutra e mais equilibrada sobre as coisas, tomando assim decisões mais acertadas e positivas.
A prática do Yoga em suas muitas formas nos ajuda a reencontrar nosso bem-estar físico /mental/emocional. Com a constância dessa prática vamos nos acostumando com a sensação de bem estar, algo do qual estamos bastante distanciados hoje em dia, pois invadidos por excessivos estímulos tecnológicos nos esquecemos do que significa cultivar a paz interior.
É hora de a trazer nossa atenção para dentro de nós e começarmos a nos equilibrar individualmente. Cada pessoa que se mantem num estado positivo/leve ou “elevado” está colaborando para que a vibração ao seu redor seja mais positiva, influenciando beneficamente outras pessoas e ambientes. A título de exemplo, imagine uma pessoa irritada que entra numa sala. Os sinais podem até ser sutis mas se prestarmos atenção podemos notar quando alguém está nervoso pela sua linguagem corporal/atitudes/respiração/gestos e também como ela fala ou se expressa...Da mesma forma, quando uma pessoa num estado calmo e tranquilo entra num ambiente, se prestarmos atenção, poderemos notar essa pessoa emitindo uma vibração agradável e receptiva através de suas expressões.
Com a prática do Yoga podemos começar a perceber nossos humores mais facilmente e assim vamos ganhando a capacidade de nos ajustar, momento a momento.
Quanto mais ganhamos consciência sobre a possibilidade de nos auto ajustarmos em nossa perspectiva e humor, também cresce nosso grau de sucesso em nos mantermos em contentamento independente das circunstâncias.
A cada pessoa que entra nessa boa vibração vamos juntos formando uma massa crítica que ganha mais poder e passamos assim a influenciar mais ambientes e pessoas num contagiar gentil e amoroso que se espalha cada vez mais. Se pensarmos assim, é portanto, responsabilidade de cada um promover um coletivo mais feliz ou não.
Consideremos nossa convivência imediata – familiares, amigos, colegas de trabalho... nessas convivências procure conscientemente fazer escolhas de paciência, gentileza, tolerância, compaixão... note que com as pessoas mais íntimas o exercício é mais trabalhoso pois estamos acostumados a certos padrões de comportamento e não nos percebemos tão facilmente, reagindo automaticamente e muitas vezes de forma frustrada. Por isso é necessário relembrar todos os dias dessa prática, para que aos poucos quebremos nossos hábitos negativos.
Uma boa forma de começar é exercitando nossa presença, observando nosso próprio comportamento, nossa respiração, relaxando a tensão e a necessidade de controlar pessoas e acontecimentos... Ao sermos menos egocêntricos e ao encontrarmos uma forma de sermos úteis e gentis, sentimos que nossa vida faz mais sentido e que estamos mais conectados aos outros.
Experimente estar presente apenas com sua percepção...sem julgar ou classificar as pessoas ou situações. Procure fazer as pazes com o momento presente e perceba como isso pode afetar o seu humor, conforme você para de resistir.
Conexão com a natureza, contemplação de animais, plantas ou do céu são apenas alguns detalhes que nos trazem para o agora, descomplicando a mente. Ouvir música ou sentir os elementos da natureza com o sol, a água, andar descalço ou sentir o vento na pele também são formas bem agradáveis e rápidas de nos conectarmos com o divino do qual fazemos parte. Nos percebermos como o milagre da vida e parte de toda a criação universal é parte do exercício do Yoga, pois essa é uma percepção que nos acalma e que nos faz lembrar que a vida pode ser bem mais simples conforme vamos nos familiarizando com essa filosofia de vida chamada Yoga e cujo objetivo libertar o ser humano de todo sofrimento
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.
* para informações mais profundas sobre a tradição do Yoga, por favor acesse
I'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It's easy.
NAMASTE
Por Cecile Comino
A palavra NAMASTE está escrita em Sânscrito (uma língua clássica indiana entre os 22 idiomas oficiais da Índia) e é usada como um cumprimento cotidiano que significa simplesmente “saudação a você”. No entanto, se estamos vivendo através da filosofia do Yoga e aplicando seus ensinamentos no nosso dia a dia, então, essa expressão ganha um significado mais profundo e se torna um lembrete simbólico de nossa prática.
Como humanos em nosso estado mental ordinário tendemos a automaticamente categorizar coisas, pessoas, circunstancias, objetos, etc. É assim que fomos criados e condicionados pela sociedade em que vivemos. Nós estamos constantemente olhando a nossa volta e classificando nossos arredores em todos os momentos e nossa tendência é a de viver em um estado de dualidade onde as coisas são ou boas/más, feias/bonitas, certas/erradas e assim por diante. De acordo com o Yoga essa divisão ou dualidade perturba a mente e traz infelicidade.
A intenção da prática de Yoga é trazer mais consciência para o modo como a mente funciona a fim de erradicar nossas causas de instabilidade e sofrimento. A aplicação da auto-observação é um dos primeiros passos da prática tradicional de Yoga e é o único meio de pegar nossa mente correndo no automático. Esse modo automático mental se baseia mais na reação do que no discernimento e é aí que inicia o enraizamento do sofrimento. Quando nós “reagimos” nós estamos respondendo a um gatilho emocional, geralmente de forma não consciente, muito pelo contrário. Para que nós possamos “agir “conscientemente ao invés de “reagir “inconscientemente” nós precisamos começar a observar a nós mesmos mais cuidadosamente e a palavra NAMASTE simboliza isso”.
Entre os praticantes de Yoga NAMASTE é interpretado como “a luz em mim reconhece a luz em você”. O NAMASTE é assim um convite ao verdadeiro contato entre as pessoas pois ele vai além de um simples cumprimento e representa ao mesmo tempo a oferta do melhor que existe em nós e a reverência ao melhor que existe no outro (mesmo que isso não esteja sempre evidente..). O NAMASTE exige nossa “presença” em todos os momentos, e esse é o grande desafio que ele propõe; percebermos, que mais do que tudo, vivemos perdidos em nossos pensamentos, julgamentos, preocupações, medos, defesas e ataques...enquanto que os momentos passam sem que estejamos verdadeiramente neles.
Nosso estado mental mundano é naturalmente distraído em oposição ao ideal estado de presença (aqui proposto pelo Yoga), e por causa disso não vemos nada além da superfície das coisas. Sem esse poder ou consciência sobre o comportamento da nossa mente, nossas vivências e relacionamentos são muito mais limitados e a vida através dessa visão “apertada” não nos permite vislumbrar a magia da nossa existência. Começando com nós mesmos, por exemplo; se não nos vermos com ternura e amor nós nunca seremos capazes de apreciar os outros e este processo acaba anulando todo o simbolismo implícito no NAMASTE.
Portanto, para entramos na esfera do Yoga precisamos da prática que começa com o exercício da introspecção – quando o praticante começa a olhar para dentro de si mesmo, reconhecendo suas próprias limitações e potencialidades sob um olhar de neutralidade. Esse é o único jeito que nos permite humildemente perceber esses dois aspectos nos outros também. Muitas vezes somos desafiados a ver o melhor, seja em nós mesmos, seja numa circunstância, seja na outra pessoa, e aí é que começa a prática do Yoga.
O exercício do Yoga é uma prática constante e vigilante de auto observação, quando aprendemos a testemunhar desapegadamente o que a vida nos oferece. E somente assim, quando começamos a respeitar e desfrutar desse estado de consciência é que somos capazes de ter a compreensão e aceitação de como o divino se manifesta em milhares de formas e jeitos. Assim como nós, as coisas da vida se manifestam em eterna variedade e mudança e o segredo está em mantermos nosso estado interno pacífico e em contentamento.
A prática de Yoga é um processo constante vigilante de auto-observação enquanto aprendemos a desapegadamente testemunhar o que a vida nos oferece. Somente assim podemos começar a respeitar e a aproveitar esse estado de consciência, quando então somos capazes de “em liberdade” captar a manifestação do divino em suas milhares de formas, assim como nós também o somos e ao mesmo tempo mantermos nosso interno pacífico e em contentamento.
O NAMASTE sob essa abordagem é portanto uma reconexão com o nosso estado de presença ou ao nosso estado de “graça”, algo que nos liga à nossa perfeição original e individual como numa teia mágica universal ou tântrica*.
*Tantra é uma palavra em Sanscrito que siginifica "trama". Essa trama se trata de uma ciência espiritual composta por variados conhecimentos interligados que relacionam matéria e consciência.
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.
Harmonia
“Ao encontrar o fio que une o coração das pessoas, começamos a sentir o que significa harmonia. Ao focar minha visão no valor singular de cada um, os muros são destruídos e uma atmosfera de respeito, confiança e entendimento floresce, permitindo que a transparência de um olhar e a pureza de um sentimento manifestem-se naturalmente”.
(Organização Brahma Kumaris)
SAUDE PREVENTIVA: PERCEBENDO E NEUTRALIZANDO A TENSÃO
Por Cecile Comino
A tensão é uma condição de nossa rotina para a qual não damos muita atenção mas que muito afeta nossa qualidade de vida, e que a longo prazo, pode ser extremamente prejudicial para nossa saúde. Normalmente subestimada por ser em pequenas doses, o constante efeito da tensão se acumula até que começa a criar problemas físicos de saúde além de desequilíbrios nervosos e mentais. Infelizmente nossa medicina moderna não trabalha com prevenção e sim com tratamentos de sintomas após o aparecimento dos mesmos. Preventivamente falando o ideal seria que evitássemos tal condição ou aprendêssemos a identificar os primeiros sinais para já interrompermos o processo do começo.
Nossas vidas nas cidades, distanciados da natureza e de um ritmo saudável de vida (sem tantos excessos, distrações e artificialidades) está nos tornando acostumados com o stress, como se essa fosse parte inevitável da vida. Temos vivido anestesiados pelo estilo de vida caótico nos centros urbanos e infelizmente cada vez mais desequilibrados em nossa saúde.
Quando nos acomodamos nesse circulo vicioso de excessos de movimentos, estímulos e cobranças, nosso corpo continuamente recebe a mensagem de “ameaça” liberando hormônios do stress. Fisiologicamente os efeitos continuam e a prioridade de circulação do sangue agora é manter o corpo preparado para o “bater ou fugir” – estado de alerta gerado pelo cortisol (hormônio do stress) - enviando mais sangue para os membros e limitando o fluxo de sangue para digestão ou reprodução, por exemplo.
A pressão no trabalho, horas no trânsito e recorrente ameaça de violência nos faz viver em estado latente de angústia, algo que se reflete fisicamente em um sistema imunológico debilitado. Outros fatores como alimentação, atividade física e qualidade do sono também irão influenciar em nosso estado de saúde, mas nesse caso estamos falando de nossa capacidade de balancear nosso próprio sistema nervoso naturalmente e de forma a prevenir esse tipo de problema.
É hora de percebermos que a super-estimulação de nossos sentidos com densa oferta de informação e distrações artificiais (como eletrônicos em geral) nos deixa sobrecarregados e ao mesmo viciados na busca desse movimento e absorção de estímulos sintéticos (e sinceramente, em sua maioria inúteis...). É preciso, portanto, desacelerar esse crescente consumo de informação substituindo esses momentos, por exemplo, por atividades ao ar livre, em contato com a natureza real, sem “aplicativos”...
Outra forma salutar de nos reequilibrarmos é através da introspecção, exercício de aquietamento consciente, reconexão com o corpo e observação desapegada dos movimentos da mente, ou seja, meditação. No entanto, para alcançarmos o aquietamento mais profundo com resultados mais duradouros é necessário usar uma ponte, uma ponte chamada respiração.
A respiração tem influência direta sobre nosso sistema nervoso nos capacitando seja a nos energizar (e a ativar nosso metabolismo) ou a nos acalmar (eliminando o cortisol - nosso hormônio do stress). Por isso, é tão importante ressaltar a necessidade da tomada de consciência sobre a nossa própria respiração. Uma verdadeira reeducação respiratória é inclusive capaz de melhorar drasticamente nossa digestão, absorção de nutrientes e níveis de energia. Diretamente ligado ao nosso sistema nervoso, o nosso estado de humor pode, inclusive, ser modificado por meio do respirar.
A respiração diafragmática é a mais profunda forma de respirar e trata-se basicamente de expandir nossa barriga quando inspiramos e relaxar quando expiramos. Infelizmente, devido ‘a má postura ou tensão ou falta de hábito nunca prestamos atenção e esse ato essencial de nossa vida. Se nos propusermos a diariamente parar, fechar os olhos, relaxar e observar nossa respiração por 2 minutos iremos perceber o quanto de tensão estávamos segurando....imaginem a quantidade de energia que desperdiçamos assim? Nessas condições de tensão nossa respiração fica restrita ao peito onde nossa capacidade pulmonar é de apenas 10%, ou seja, sob tensão (mesmo que despercebida) nosso nível energético é gravemente subutilizado. As consequências são diversas e nenhuma é positiva.
Portanto, se nos permitirmos essas pausas diárias também passamos aos poucos a nos conhecer melhor, a nos dar a chance de interiorizar nossa atenção e investir em nós mesmos primeiro, para então estarmos mais preparados para estar no mundo lá fora, de forma bem mais relaxada e saudável a longo prazo.
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.

O MONSTRUOSO IMPACTO AMBIENTAL DO CONSUMO DE CARNE
Por Cecile Comino
"Poucas pessoas sabem que se elas diminuirem o consumo de carne e adotarem uma dieta mais vegetariana, essa pode ser uma das mudanças mais significativas que ela pode fazer para curar o meio ambiente - muito mais do que se ela parar de usar carros poluentes ou economizando eletricidade ou água..."
O texto abaixo retrata a realidade brasileira como um dos maiores produtores de carne do mundo. Uma triste condição já que essa é uma uma indústria altamente destruidora que precisa de vasto espaço, tanto para o gado pastar como para plantar os grãos que servirão de alimento para o gado (de todas as áreas aráveis do planeta, 30% é usada para pastagem e mais 36% usada para produção de alimento para gado, portanto, 66% de toda terra de plantio do planeta é usada para a pecuária)... e toda essa CRESCENTE área está sendo usada ao custo de florestas e vida selvagem em todas as suas formas.
Área usada para alimentar uma pessoa por um ano
Vegano, 1/6 de hectare
Vegetariano, 3 vezes mais
Onívoro (que come carne), 18 vezes mais
O texto a seguir é mais focado no impacto dessa indústria que escandalosamente nos mostra o quanto ignoramos a respeito do processo da produção de carne... a feia verdade pela qual somos responsáveis como consumidores. A maioria de nós foi criada comendo carne e tendo o completo suporte de nossa cultura culinária, mas nós sim temos escolha e muitas e muitas alternativas de refeiçóes vegetarianas atualmente.
Essa é portanto, uma atitude individual de tremendo efeito positivo para a vida coletiva na terra ao ajudar a restabelecer a riqueza da natureza em equilibrio, recuperando e preservando áreas naturais puras que são essenciais para a sustentação da vida a longo prazo.
Que essa informação possa influenciar as pessoas em suas escolhas ao procurar por receitas que sejam ambientalmente sustentáveis com o bonus de não estar causando qualquer tipo de sofrimento ou dor em outra criatura viva.
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.
A AGROPEUCUÁRIA E O USO INEFICIENTE DOS RECURSOS HÍDRICOS
Por Sergio Greif
Cerca de 70% da água doce captada pelo homem dos rios, lagos e depósitos subterrâneos é destinada para uso agrícola, sendo que os 30% restantes são utilizados para as demais atividades (consumo doméstico, atividade industrial, geração de energia, recreação, abastecimento e outros). Desta água utilizada na agricultura, grande quantidade é utilizada diretamente, na produção pecuária, ou indiretamente, na irrigação de culturas que produzem alimentos para animais de corte. No Brasil, são necessários em média 2 mil litros de água para produzir cada quilo de soja. Para produzir cada quilo de carne bovina, por outro lado, são necessários cerca de 43 mil litros de água. Nesse cálculo entram não só a água de dessedentação (água que os animais bebem) cerca de 50 litros/dia, mas também a água utilizada na produção de seu alimento.
A agricultura irrigada ocupa 17% das terras aráveis do planeta, sendo responsável por 40% da produção mundial de alimentos. Caso toda a produção mundial de alimentos fosse destinada diretamente à população humana, as extensões de terras necessárias para esta produção seriam muito menores, sendo que somente as terras propícias à agricultura seriam utilizadas. A irrigação se tornaria assim um procedimento dispensável.
A água também é utilizada em abundância nas diferentes etapas que envolvem o processamento das carcaças de animais abatidos: sangria, escaldagem, depenagem, depilação, barbeação, evisceração, lavagem etc. Segundo dados da CETESB, os abatedouros paulistas utilizam 11,9 litros de água para processar cada carcaça de frango e 2500 litros para processar cada carcaça de bovino. Para efeito de comparação, segundo a ONU, a oferta de água nas cidades dos países mais desenvolvidos varia entre 200 e 275 litros por habitante por dia, e a SABESP sugere ser possível viver com 120 litros por pessoa e manter uma boa qualidade de vida.
A pecuária utiliza, em sua cadeia produtiva, maior quantidade de água do que as cidades. No Brasil, somente o setor da suinocultura consome mais de 23 milhões de litros de água por ano e gera efluentes da ordem de 12 milhões de litros por ano.
O pecuarista não paga pela água que utiliza nem pelos efluentes (água contendo sangue, gorduras, visceras, vômitos e fezes) que o abatedouro gera. No preço da carne não estão contabilizados estes custos, nem os prejuízos ao meio ambiente causados pela criação de animais. Todos estes custos são subsidiados pelo governo. Isto significa que o contribuinte arca com todos estes custos, para lucro exclusivo do setor pecuário.
Sergio Greif
Biólogo, Coordenador do Departamento de Meio Ambiente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Mestre em Alimentos e Nutrição, Especialista em Nutrição Vegetariana

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
Por Cecile Comino
Resoluções de ano novo tradicionalmente despertam quando a maioria das pessoas está nesse período de pausa ou recesso de trabalho, como num feriado prolongado, e quando a virada do ano certamente nos motiva a virarmos a página de nossa vida. Desejo por mudanças e transformações ganham impulso nem que seja de forma momentânea...
Esse momento de transição, sem dúvida nos dá a sensação de recomeço e de uma nova oportunidade de alcançarmos certas metas. Visualizamos mais facilmente tudo que queremos realizar e dependendo de onde estamos em nossa trajetória de vida podemos incluir quem queremos ser em termos comportamentais... talvez melhorar relacionamentos consigo mesmo e com os outros...talvez criar novos hábitos abandonando atitudes ou vícios que nos prejudicam.
Diante disso achei interessante expor as ideias de um livro que li chamado O PODER DO HÁBITO de Charles Duhigg. Abaixo selecionei informações interessantes do livro e fiz algumas associações com a prática do Yoga.
O Poder do Hábito
Hábito: s.m. Comportamento que determinada pessoa aprende e repete frequentemente, sem pensar como deve executá-lo.
Uso, costume; maneira de viver; modo constante de comportar-se, de agir: desde criança adquirira o hábito de ler deitado. Muitas ações da vida cotidiana constituem hábitos. Imagine como seria difícil alguém descer uma rua se tivesse que pensar em cada um dos atos necessários a dar cada passo. O hábito difere do instinto, que é um comportamento inato, não aprendido.
Ela vem do Latim HABITUS, “condição, aparência, vestimenta, comportamento”, particípio passado de HABERE, “ter, segurar, possuir”.
A partir do século XIV adquiriu o sentido de “prática costumeira”.
A nossa vida é composta por um conjunto de hábitos que rotineiramente repetimos. De acordo com pesquisa da Duke University de 2006, 40% das ações que executamos diariamente não são decisões novas que tomamos mas sim hábitos.
Charles Duhigg escreveu “O Poder do Hábito”, esse interessantíssimo livro que aborda o tema do hábito em profundidade. Justificativas neurológicas e psicológicas fazem parte desse imperdível estudo para quem está interessado em mudar seus hábitos, seja criando novos e mais saudáveis, seja se livrando dos que não nos fazem bem.
Neurologicamente falando nossos hábitos começam com uma simples e espontânea ação que pode ou não voltar a se repetir. Caso ela se torne repetitiva nosso cérebro começa a reconhecer tal ação de forma cada vez mais automática tornando-a um hábito, e que agora acontece de forma até despercebida. É como aprender a dirigir, por exemplo. Nosso cérebro sempre tende a tornar tudo uma rotina a fim de economizar energia. Imagine se tivéssemos de reaprender a dirigir todos os dias?
Todo o processo do hábito foi então esquematizado em “gatilho”, “rotina” e “recompensa”. Nesses três passos foi desvendada a construção do hábito que agora melhor compreendido pode ser muito mais facilmente manipulado a nosso favor.
Toda vez que as 3 fases do hábito se repetem elas vão criando no cérebro uma certa “fome” pela repetição da ação e pela consequente “recompensa”. É nessa fase que o hábito está realmente enraizado na rotina da pessoa.
O problema ou a boa notícia é que quando o hábito começa a se fortalecer ele deixa pouco espaço para o nosso livre arbítrio e começa a se repetir automaticamente. Se o hábito é bom, essa é uma maravilhosa forma de nos mantermos saudáveis e felizes mas se o hábito for negativo então aí temos o desafio de transformá-lo.
Um hábito nunca vai desaparecer do nosso cérebro, todos os circuitos que reconhecem o gatilho, rotina e recompensa são automaticamente reativados basta a circunstância se encaixar com o padrão... O cérebro não sabe a diferença entre um bom e um mau hábito! Portanto cabe a cada um fazer seu auto estudo e se reposicionar na vida.
É interessante notar que os gatilhos podem ser algumas vezes óbvios e visíveis mas outras vezes eles são subjetivos e quase invisíveis, como que numa influência inconsciente. Como exemplo temos: comerciais de TV, um certo horário do dia, lugares específicos, a companhia de certas pessoas, uma sequência de pensamentos ou certas emoções. Tudo isso pode acontecer em fração de segundos e se não estamos em estado de vigilância eles engatilham o padrão do hábito automaticamente. As recompensas variam desde sensações físicas, como o prazer da comida ou das drogas, até o nível emocional como a sensação de orgulho de estar conquistando algo.
Um hábito pode ser tão profundo que vicia nosso cérebro de forma a excluir até o mínimo bom senso. No entanto hábitos podem ser moldados basta apenas começar a observar o processo de gatilho e recompensa até que seja possível modificar a rotina.
A repetição de uma ação seguida da sensação de recompensa vicia o nosso cérebro de forma a automaticamente associar o gatilho ao prêmio, no entanto conforme o hábito se fortalece o cérebro começa a antecipar a sensação de recompensa muitas vezes de maneira descontrolada o que nos torna ainda mais escravos dos próprios sentidos. Caso o desejo não seja atendido as reações comuns são ansiedade, raiva e depressão. Imagine esse ciclo acontecendo várias vezes ao dia...é como uma montanha russa emocional, uma vida sem sossego ou um mínimo de presença. O cérebro está tão hipnotizado pelo que o gatilho despertou nele (a possibilidade da recompensa) que a pessoa se torna cega para quaisquer outras opções de ação). Impressionante.
Segundo Duhigg os hábitos podem ser ignorados, modificados ou substituídos. Mas somente reconhecendo qual é o anseio que impulsiona o hábito é que se torna possível manipulá-lo.
Para criar um hábito novo é necessário criar um gatilho e uma recompensa, basicamente. Por exemplo, para começar praticar alguma atividade física você determina um gatilho, como um momento do dia, por exemplo, e uma recompensa à qual você se apega, como a sensação de dever cumprido ou o relaxamento da endorfina pelo corpo por exemplo. Quando você começar a ansiar pela sensação da recompensa daí você saberá que o hábito está fortemente instaurado e ação já se torna mais automática, sem esforço.
O comando de um hábito é a avidez com a qual esperamos por uma recompensa, por isso é importante, no caso dos bons hábitos, sempre manter a mente focada no prêmio saudável que aquela benéfica ação te traz. Caso haja tentações para que você desista ou se distraia saindo do bom caminho; atenção, a “fome” pela gratificação tem o poder de fazer você se manter na disciplina do seu novo bom hábito. Use-a.
Quanto mais nos observarmos e nos conhecermos maiores são as nossas chances de sucesso. SWADHYAWA é o conceito do Yoga que mais se encaixa nesse processo. Ser capaz de fazer uma análise sobre si mesmo, sem julgamento, sem medo. Só assim é possível listar os gatilhos dos maus hábitos e criar novos a partir de nós mesmos. Normalmente é necessário um exame profundo das sensações e emoções, como se fossemos um cientista. É necessário fazer experimentos com diferentes gatilhos, recompensas e rotinas até que encontremos a saciedade que seja positiva e saudável para nós. Devemos experimentar diferentes ações alternativas ao nosso hábito e sentir o resultado; com o tempo acabaremos encontrando uma nova rotina que nos traz muito mais benefícios. Uma das sugestões do livro é que façamos amigos ou que façamos parte de grupos que tenham a ver com os objetivos que determinamos para nós mesmos, pessoas que estejam praticando os mesmos hábitos e que tenham rotinas que gostaríamos de ter. O mesmo vale para os maus hábitos, e assim sendo devemos nos afastar de pessoas e situações que provoquem uma recaída nos nossos velhos maus caminhos. Os grupos sociais são, portanto essenciais na e mudança de hábitos.
Existe algo chamado hábito fundamental, e esse tipo de hábito é aquele que provoca uma reação em cadeia ao ser transformado, modificando muitos outros aspectos e outros hábitos na nossa vida. Fazer exercício físico regularmente, por exemplo, influencia muito na alimentação, na qualidade do sono e na produtividade e humor...nos faz conhecer novas pessoas, mudar de turma e criar uma nova cultura na nossa vida com amigos que alimentem nossa nova referência de vida.
Uma outra poderosa ferramenta é visualizar-nos em nosso novo estilo de vida ou no nosso novo padrão de comportamento antes de adormecer e ao acordar. Na cama, relaxadamente fechamos os olhos e imaginamos e sentimos as sensações de estar praticando exatamente o que queremos mudar. O ideal é fazer isso todas as manhãs e todas as noites. Outra dica interessante é fazer um diário sobre o nosso processo de transformação, colocar no papel o que se passa dentro de nós; essa é uma ótima maneira de passarmos a nos conhecer melhor e também a controlar nossas atitudes...
A força de vontade segundo Duhigg é como um músculo e uma vez que começamos a exercitá-lo ele se fortalece cada vez mais. Ao modificar hábitos outras mudanças se tornam quase que naturais, pois a força de vontade já estaria maior e mais ativa na nossa mente mudando inclusive nossa maneira de pensar! Nós já não somos mais escravos dos velhos impulsos e já aprendemos a nos desapegar das tentações.
Para modificar os hábitos é necessário querer e decidir pela mudança. É preciso estar consciente do trabalho da auto-observação e auto estudo – SWADHYAWA- e ir em busca de novos caminhos que nos farão sentir mais feliz e satisfeitos com nós mesmos. A forma como nos alimentamos, dormimos e falamos com nossos filhos, como usamos nosso tempo, atenção e dinheiro são todos hábitos que podem ser positivamente modificados, assim como o mais viciado dos alcoólatras pode se tornar uma pessoa sóbria.
As pessoas às vezes passam a vida toda sem se perceber e suas ações que acabam se tornando um processo invisível e portanto impossível de serem ajustadas. Para mudar, basta começar e não desistir de experimentar diversas alternativas até nos encontrarmos. As recaídas fazem parte do programa, mas o interessante é observarmos os deslizes e aprender com eles também. Bom também é ter um plano de recuperação para esses momentos. Daí a importância de um diário! Assim podemos descobrir que associamos certas situações ou pessoas a uma certa reação nossa, ou um estado emocional ao desejo de compensação por exemplo. Analisemos tudo. Mas não sejamos tão duros com nós mesmos.
Pandit Rajmani Tigunait do Hymalayan Institute diz todos temos bons e maus hábitos e que não devemos nos criticar e nos maltratar por falhar. Não devemos "lutar" contra os maus hábitos mas devemos procurar investir em nossas boas qualidades e virtudes e aos poucos, naturalmente, acabaremos abandonando o mau caminho. Também devemos definir quais são as nossas melhores qualidades e hábitos, apreciá-los, nos sentindo bem ao manter a mente conectada a eles sempre. É como parar de dar atenção ao que nós não queremos mais.
Ter consciência dos maus hábitos é importante mas não devemos nos condenar, pois isso só torna nossa mente instável e vulnerável a mais negatividade.
Os pensamentos são uma forma de padrão que pode tornar a pessoa mais propensa à falta de determinação e portanto mais propensa a auto-crítica e negatividade. Vale lembrar que tudo começa na mente inclusive o reconhecimento da necessidade de mudança. Ao decidir por novas atitudes a mente precisa do máximo de apoio para sustentar a quebra de círculos viciosos e se libertar.
A meditação e as práticas respiratórias do Yoga são de excelente valia para atravessar essa fase mais resistente da mudança. Ambos estão diretamente associados ao acalmar o sistema nervoso e são, portanto, de grande ajuda para quem quer se auto aperfeiçoar. Quem sabe assim você não cria um novo e enormemente benéfico novo hábito?
Resumindo o esquema temos:
1 Identifique a rotina – Perceba o que te leva à ação que você quer eliminar e o motivo emocional e qual é a recompensa.
2 Experimente com diferentes recompensas – faça algo diferente do habitual, seja até inusitado e espontâneo a fim de encontrar uma nova rotina. Normalmente você deve experimentar várias opções. Procure perceber qual é o seu desejo real por trás da ação. Você pode até no momento de maior ansiedade escrever num pedaço de papel as 3 primeiras coisas que te vem à mente assim mais tarde quando passar a ansiedade você percebe como as emoções e os pensamentos influenciam inconscientemente suas escolhas.
3 Isole o gatilho – procure se distanciar do que te provoca o mau hábito ou tente criar um novo gatilho para uma nova recompensa. Se dê alternativas caso não seja possível o distanciamento.
4 Tenha um plano B (para o caso de falhas) – Escreva a respeito e procure identificar as razões para que da próxima vez sua escolha possa ser diferente.
Vale lembrar que não precisamos do ano novo para tomarmos atitudes em nossas vidas. Todos os dias e todos os momentos são novas oportunidades de recomeçarmos nosso movimento de auto-transformação! Assim que a onda de ano novo passa continuemos fortes em nosso auto-estudo e disciplina transformadora
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.
INTRODUÇÃO AOS MANTRAS AO
Por Cecile Comino
A palavra sânscrita mantra significa “aquilo que protege a mente” (manas = mente e trâna = segurar ou proteger). Mantras são parte da prática do Yoga e são principalmente usados para nos induzir à presença, ao foco e ao processo meditativo.
Um mantra pode ser tão curto como uma sílaba, nesse caso chamado bija mantra (mantra semente), como a exemplo do mantra OM representado pela imagem acima, ou pode ser formado por uma palavra ou sentença(s).
Segundo os hindus, os mantras são sons dotados de poder capaz de operar transformações; para isso eles devem ser repetidos, seja mentalmente, em voz alta ou em sussurro, e assim, através de sua vibração, eles operam efeitos específicos sobre a nossa consciência. Cada mantra tem um significado e um propósito.
“Segundo as antigas tradições hindus, o poder dos mantras não está apenas nas palavras mas nos sons das palavras, e nos ritmos nos quais eles são pronunciados. Essas vocalizações, por sua vez, espalham vibrações pelo mundo, vibrações capazes de produzir efeitos tangíveis.” (Hendy , David. NOISE – A Human History of Sound and Listening.)
Os mantras, portanto, servem como um processo de auto-purificação da nossa mente e pensamentos; e através dessa vibração mais elevada em nós mesmos somos então capazes de expandir (em pensamento , palavra e atitude) essa energia em ondas positivas, pacíficas e cooperativas pelo nosso entorno, influenciando o mundo para melhor.
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.
A PERSISTÊNCIA E O SENTIR DA TRANSFORMAÇÃO
I'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It's easy.
Por Cecile Comino
Alguns hábitos são a base de nossa sobrevivência. Quem cuida de nós desde bebê garante nossa alimentação e hidratação, além do sono protegido e cuidados de higiene. Conforme crescemos somos moldados a obedecer o mesmo ritmo mas de forma independente, ou seja, aprendemos a ir ao banheiro sozinhos ou a escovar os dentes sozinhos, por exemplo. Entre esses dois hábitos existe uma diferença, ir ao banheiro é uma necessidade fisiológica que não podemos controlar por muito tempo, mas escovar os dentes já vai depender da força de nossa disciplina e vontade...
Acho interessante usar esse paralelo de rotina para falar sobre o hábito de praticar Yoga ou meditar; ambos estão diretamente ligados 'a nossa saúde física e mental mas não chega a ser uma necessidade fisiológica. Pelo menos não inicialmente...
Desenvolver uma rotina com hábitos sendo repetidos nos leva normalmente a ações automáticas para a maioria de nós, mas, e quando queremos mudá-las? Desistir de uma ou adicionar outra? Aqui temos o desafio; aquela linha que nos divide entre o que somos e o que gostaríamos de ser...
Algumas pessoas fortalecem hábitos com os quais já não conseguem viver sem, ou seja, independente de como começamos a nos disciplinar em algo ou como começamos a ser disciplinados em algo; todo hábito pode se tornar uma necessidade fisiológica pois depois de muita persistência na ação nosso corpo passa a produzir substâncias químicas que marcam o processo (fisiologicamente) e se deixamos de executar a ação depois de muita prática o próprio corpo pede pela repetição, mesmo que a mente queira o contrário... parece familiar?
A idéia aqui é trazer luz 'a dificuldade que temos em mudar nosso estilo de vida ou mudar apenas um hábito, seja para largar um vício ou para adquirir um hábito saudável.
O Yoga tem tudo a ver com esse processo pois é considerado como algo que é extremamente benéfico para todos mas ao qual pouquíssimas pessoas se dedicam... Afinal são tantas outras "tentações" (distrações) ou "necessidades" mais "importantes" a serem atendidas .
No final das contas tudo é uma questão de prioridade. Enquanto não decidirmos por colocar 'a frente uma ação que queremos tornar parte de nossa vida diária, essa ação fica sem força e não se manifesta. Temos em nós um grande poder de foco, no entanto, usar nossa atenção de forma tão persistente demanda treino. E treino significa falhar. Mas se independente de nossas falhas persistirmos em nossa prioridade teremos nos desenvolvido e aprendido (sucesso); e ao nos acostumarmos com esses momentos de "vitória" podemos nos tornar "viciados" ou dependentes da repetição dessa ação.
Embora escovar os dentes (ou praticar esportes ou meditar, por exemplo) possa trazer bem estar ou até alívio, ainda assim temos que repetir a ação para aprendermos a apreciar a sensação do resultado. O mesmo acontece com práticas de atividade física, reeducação alimentar ou meditação, por exemplo. O princípio é o mesmo e enquanto não nos dermos a oportunidade de degustarmos a realização, ou seja, enquanto não nos conectarmos repetidamente com o sentir satisfação pela ação (ou pelo resultado dela), nosso corpo não sentirá a falta fisiológica do mesmo e o hábito não se tornará incorporado na rotina, e muito menos se tornará bem mais fácil e prazeroso.
Finalmente, para chegar ao estágio de não conseguirmos ficar sem algo que nos faça bem passaremos por obstáculos, falhas e retrocessos mas, se não desistirmos facilmente e encararmos o processo como um constante aprendizado ao invés de algo que temos ou não temos (força de vontade ou capacidade) aí sim teremos maiores chances de concretizar nosso desejo de mudança. Ao mantermos nossa mente percebendo tudo como uma oportunidade de aprendizado e aperfeiçoamento, nossa perspectiva se torna positiva e motivadora e nos ajuda a persistir até que o nosso próprio corpo (fisiologicamente) nos ajude a "sentir falta" daquilo que nos faz bem!
Copyright © Todos os direitos reservados.
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é protegido por lei. Para usar este texto entre em contato com a autora.